Empreendimentos participam de mostra na UEPG

30/09/2015 15:37

 

No II Seminário Nacional de Economia Solidária e Tecnologia Social  (SENESTS) diversos empreendimentos foram até a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) para fazer uma mostra de seus trabalhos. Ao todo 17 grupos participaram desta atividade, que faz parte do projeto "Fortalecimento da Economia Solidária nos Campos Gerais", patrocinado pela Petrobras.

Alguns dos empreendimentos participantes fazem parte da Rede de Educação Popular (REDP), entidade parceira da IESol. Um deles é o ‘Mulheres Guerreiras’, grupo de Irati que atua na produção de artesanato por meio de reciclagem. Ana Rita Chuproski conta que a economia solidária é uma forma de divulgar o trabalho artesanal e ensina como trabalhar em coletividade. Ana reaproveita garrafas de vidro para fazer vasos para flores e cipó para produzir criativas guirlandas. “Eu gosto de trabalhar com a natureza, já estou no meu segundo ano que produzo meus artesanatos. Algumas coisas sou eu quem plantou e colheu como a bucha e o porongo, outras eu ganho como o cipó”.

Outro grupo de Irati que atua dentro da Rede de Educação Popular é o ‘Mulheres de fé e coragem. Neste grupo, recentemente houve uma transformação nas funções, segundo a integrante Lucimara Ruppel. As mulheres começaram as atividades elaborando primeiramente acolchoados artesanais, e atualmente trabalham na parte de panificação: “Faz uns cinco anos que a padaria comunitária existe, nós fazemos pão, geléia... Antes a produção era mais voltada para confecção de acolchoados, agora estamos focando mais na parte de panificação. Como a nossa região é voltada para agricultura, nós decidimos voltar nossa produção para massas”.

A estagiária da IESol e membro da comissão de organização da Mostra de Empreendimentos, Mariana Todoroviski, afirma que a importância da mostra na Universidade é divulgar o trabalho da Incubadora que atua em toda a região dos Campos Gerais. Além da Mostra também aconteceu o Clube de Trocas, no pátio da UEPG, promovido pela IESol. 

Outro projeto que esteve presente na mostra de empreendimentos foi a ‘Associação do artesão e produtos coloniais’ da cidade de Mallet, com a coordenadora do grupo, Ines Siuta. Os produtos desta associação como bolachas, vinhos, compotas e artesanatos em palha de milho podem ser encontrados no Chalé do produtor da cidade de Mallet, que fica a 140 quilômetros de Ponta Grossa. 

Sustentabilidade e boa saúde

Quem estava na universidade também pode sentir o frescor dos cosméticos naturais da Saboaria de Gaia. A artesã Keyla Prado e sua irmã produzem sabões de banho, xampus sólidos, desodorantes, creme dental tudo manualmente. Keyla conta que o processo é demorado e exige bastante técnica. “O sabão de banho é feito sempre através de uma planta. Por exemplo, o de alfazema, as plantas são colhidas e tem data certa para colher. Após isso, é misturada a planta com o óleo e deixa 40 dias e 40 noites de molho. Depois é feito a mistura do óleo processado com a receita, e ele fica pronto para embalagem em uma semana”. De acordo com Keyla akgumas receitas demoram de quatro a seis semanas para ficar prontas

Os produtos da saboaria são elaborados com extratos de plantas medicinais, óleos essenciais, óleos vegetais, plantas in natura, infusões, argilas e outros produtos oferecidos pela natureza. O projeto atua junto com o grupo AMASEG de Irati, participando de feiras e exposições e também colaboram com um projeto do curso de biologia da UNICENTRO, onde promovem diálogos sobre os venenos que podem ser encontrados na alimentação e nos cosméticos industriais.

Além dos projetos de Irati, também estiveram presentes grupos de Ponta Grossa, como o Zapata, Afesol, ARREP, e a Cooperativa ‘Como a vovó já dizia’. A cooperativa trabalha com absorventes ecológicos e estimula o debate sobre gênero nas oficinas de confecção de absorventes. Feitos de pano e nylon (tecido impermeável), os absorventes têm duração de cerca de dois anos.

Ana Carolina Gilgen, uma das fundadoras da Cooperativa conta que o primeiro contato que teve com o absorvente de pano, foi quando estava fazendo um intercâmbio no México. “Lá eu conheci vários grupos que debatiam a questão de gênero por outra perspectiva, menos nesse campo de organização de movimento e mais da mudança de hábitos cotidianos”. Ana começou a confeccionar os próprios absorventes, e quando retornou do intercâmbio no início de 2013, ela e suas colegas de movimento social começaram a fazer oficinas e estimular o debate de gênero e o conhecimento do próprio corpo.

Fotos e texto: Mariana Tozetto